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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

XI CCHLA em Debate

Na última semana de novembro, no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFPB, aconteceu a décima primeira edição do Conhecimento em Debate, que contou com a presença de nosso grupo de estudos, organizadores também deste blog. Foram reliazadas uma série de apresentações de tabalhos sobre o contista uruguaio Horacio Quiroga, com direito à sala cheia e boa aceitação do público presente, que contava com alunos, outros comunicadores e professores do curso de Letras local. É pena que, devido a alguns problemas de organização o tempo tenha sido um pouco mais curto que o previsto, resultando na ausência de debates. Estive presente apresentando meu trabalho intitulado Poe e Quiroga: possíveis aproximações, buscando uma análise comparativa entre o uruguaio e o rei do conto norte-americano. 
Logo mais postaremos algum material sobre nossos trabalhos para os leitores do Caracol de Linguagem. Aguardem.

Wander Shirukaya,
escreve contos e pode ser encontrado em:
Twitter: @shirukaya

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Borges e a função da arte

Belo trecho de um documentário a respeito de Jorge Luis Borges. A partir da metade do video, Borges concede uma entrevista na qual ele discorre sobre a função da arte e a tarefa suprema de todo artista. É uma interessante visão pessoal e emotiva de um dos maiores gênios literários do século XX a respeito do caráter humanizador da arte. Vale a pena conferir.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

No labirinto de Borges

Nesta minha paixão por literatura, um escritor por quem tenho um sentimento, ao mesmo tempo, de admiração e assombro por tamanha qualidade artística é Jorge Luís Borges. O contista argentino tem um jeito peculiar e (quase) inacessível para nós, meros leitores mortais, de contar uma história. Ler um conto de Borges é uma experiência catártica, de imersão numa erudição quase infinita, é ser transportado para um mundo labiríntico, cheio de sugestões propositais, de símbolos e outros recursos usados pelo mestre. O conto que mais me fascina da sua obra é Ruínas circulares, do livro Ficções, publicado em 1944.
A narrativa conta a história de um forasteiro misterioso, com ares de feiticeiro, que chega a um antigo templo em ruínas, de forma circular, com o único objetivo de sonhar, por isso, passando a maior parte do seu tempo dormindo. O que o personagem deseja com esta imersão na imaginação é sonhar um homem “com uma integridade minuciosa e impô-lo à realidade”. Desejava fazer com que uma das suas criações oníricas fosse digna de ascender à condição de indivíduo. Depois de várias tentativas e sonhos desperdiçados, ele consegue atingir seu objetivo: finalmente, um de seus sonhados separou-se dos seus sonhos e foi fazer parte da realidade, como um simulacro. Porém, ao fim, o protagonista também descobre, atônito, que não é mais do que aparência, projeção de um sonho. E, desta forma, podemos ver no conto, de forma implícita, uma reflexão sobre o tema da originalidade (ou incapacidade dela) nas criações humanas. Fica mais clara esta reflexão na seguinte passagem do conto: “não ser um homem, ser a projeção do sonho de outro homem, que humilhação incomparável, que vertigem!”
Percebe-se, através deste conto de Borges, a complexidade da sua obra, a recorrência do tema da imortalidade e do confronto entre o mundo das idéias e o mundo material.

Ildefonso Alves 

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

LOS DESTERRADOS – Horacio Quiroga

Publicado no ano de 1925 em um livro também intitulado Los Desterrados, este é sem dúvida um dos contos mais geniais de Quiroga. De forma envolvente e através de um narrador extradiegético, que nos transporta para dentro da narrativa, somos gradativamente apresentados a dois personagens inesquecíveis, João Pedro e Tirafogo, dois brasileiros imigrantes em Misiones, província argentina, que após anos de sofrimento e dominados por um forte sentimento de nostalgia, decidem, na velhice, morrer na terra amada. Mas entre eles e seu lar existe um obstáculo, a selva, e o que deveria ser uma viagem de volta para casa se transforma em verdadeira odisséia.
Impulsionados pelo desejo de rever a terra, os velhos desterrados ignoram os obstáculos e partem selva adentro em direção a terra natal. Porém o período de densas chuvas e as esgotadas condições físicas deles favorece cada vez menos sua sobrevivência na selva.
Como essa aventura dos velhos desterrados vai terminar? Chegarão vivos a pátria ansiada?
Bem, para que descubras te convidamos a ler este maravilhoso e emocionante conto, que sem dúvida te levará até um mundo de conflitos e desafios, o mundo de Los desterrados.   


Erika Zoraia


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Escrita sangrenta: Rubem Fonseca


Muitos são os que dizem que a verdade dói. Talvez Rubem Fonseca tenha pensado nisso para compor o seu universo áspero em sua escrita. A violência é exposta com crueza, seus personagens são prostitutas, advogados, políticos, matadores, todos movidos pelos instintos, pela cobiça e hedonismo exacerbados. O conto que indico traz toda essa aspereza que lhe é característica, de onde se consegue extrair estranha beleza. "O livro de panegíricos" faz parte de Romance negro e outras histórias, traz um misterioso enfermeiro como protagonista, cuidando de um velho que tinha sido muito poderoso e maldoso no passado, agora entrevado numa cama esperando o fim de seus dias. Uma enfermeira se reveza com o rapaz, ambos ouvem as história do senhor. O conto põe os choque entre as três visões no seu clímax, o final belo, repleto de desolação. Recomendo ao leitor um dos grandes nomes de nossa literatura. Enfim, boa leitura!

Wander Shirukaya
escreve contos e pode ser encontrado aqui:
http://blogdoshirukaya.blogspot.com/
Twitter: @shirukaya

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O bruxo do conto

Abro espaço para falar de um dos meus contistas preferidos, Machado de Assis, e, dentro da sua obra, o conto da minha preferência é: Missa do Galo.
O que mais chama atenção nesta narrativa do Bruxo do Cosme Velho é o modo como o autor cria uma atmosfera de erotismo ao longo de boa parte da história, sem recorrer a recursos pornográficos, posto que ele era um mestre da sugestão. Isto faz com que a história tenha um interesse adicional para o leitor contemporâneo, imerso numa sociedade que tende a confundir erotismo com pornografia. Na verdade, este dois conceitos estão distantes; a pornografia vai para o lado da vulgaridade, da exposição total do corpo, do material; enquanto o erotismo tem a ver com fantasia, com sugestão, com o sublime. Ou seja, a pornografia é apelativa e explícita; o erotismo, implícito e cheio de nuances. Machado de Assis, gênio que era, sabia bem esta distinção e opta pelo segundo, o que enriquece seu conto. Brilhante também é a forma que ele descreve as personagens no conto, notadamente sua descrição de D. Conceição, como vemos neste trecho irônico:

Boa Conceição! Chamavam-lhe "a santa", e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para maometana; aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo [...]. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar. 

O conto tem mais recursos e se abre para mais análises, sendo um dos melhores da obra de Machado de Assis. 

Ildefonso Alves

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Quiroga: conto e curta

Apresentamos uma adaptação para curta-metragem do conto El hijo, de Horacio Quiroga. O texto retrata o sofrimento de um pai diante da fatalidade que acomete seu filho que saíra para caçar. Caraterísticas comuns da narrativa de Quiroga podem também ser vistos no curta, a morte, os mistérios da selva, etc. O filme está em espanhol, mas não deve trazer muitos problemas ao entendimento, as imagens falam por si.






 
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